Conheça melhor sua bicicleta

Conheça melhor sua bicicleta

Desvendamos a Anatomia da Bicicleta com a colaboração do framebuilder Bruno Uehara

A bicicleta é um instrumento poderoso. Nós da semexe, onde apaixonados por bike compram e vendem, acreditamos no poder de transformação do uso da bicicleta que exerce um impacto direto sobre o ser humano e o seu ambiente.

“Oferecemos uma plataforma com o poder de democratizar o acesso a equipamentos esportivos de qualidade” – explica Rafael Papa, sócio-proprietário da semexe, marketplace da bike. “Nossa essência é educar o ciclista que busca comprar ou vender uma bike usada ou semi-nova, capacitando a pessoa com autonomia para fazer a escolha certa com total segurança”.

“A bicicleta é uma das mais poderosas invenções da humanidade” – adiciona Bruno Uehara, arquiteto, mecânico de bicicleta, framebuilder e ciclista, que colaborou conosco na missão de desmistificar a Anatomia da Bicicleta, e assim, ajudar você a conhecer o nome das peças e entender melhor o funcionamento da sua bike para aproveitá-la ainda mais.

““Eu quero compartilhar informações que ajudem o ciclista a conseguir se virar com conhecimentos básicos sobre as bikesl” – explica Uehara que disponibiliza um manual ilustrado e didático (baixa aqui:https://ueharacc.lpages.co/anatomia-da-bicicleta/) que já teve mais de 4 mil de downloads, além de oferecer workshop online com vídeo aulas.

Anatomia da bicicleta

O primeiro passo é conhecer as peças que compõem a bicicleta, para depois começar a entender a função de cada uma delas. Simples assim, então vamos lá:

Quadro – O que mais me chama a atenção na bicicleta é a sua simplicidade: a estrutura é aparente e os mecanismos são expostos. Nesse sentido, qualquer um pode observar que o quadro e o garfo formam a principal estrutura da bicicleta. Neles são montadas as demais peças, como freios e rodas. O desenho tradicional é formado por dois triângulos principais, chamado de “quadro diamante”. Assim como na alfaiataria, também existe a possibilidade de fazer quadros e garfos sob medida, com materiais, geometrias e detalhes específicos.

Garfo – À frente do quadro, no tubo da direção, é instalado o garfo, responsável pela direção da roda dianteira. Ele e o quadro devem casar perfeitamente para garantir uma boa geometria, que é o conjunto de ângulos e medidas que determinam o tamanho e o uso da bicicleta.

Tipos de materiais – Um outro fator influente na bicicleta é o material utilizado na fabricação dessas peças. Os materiais mais comuns são aço, alumínio, fibra de carbono e titânio. Cada um destes materiais possui características diferentes, que, somadas à geometria, resultam em diferentes

respostas, como conforto, rigidez, durabilidade, peso, estabilidade, agilidade e velocidade da bicicleta.

Rodas – Depois do quadro e garfo, as rodas são componentes vitais para uma bike, influenciando diretamente seu desempenho. O conjunto de rodas é compostas de aro, raios, cubo e pneu. O cubo é a peça central, submetida à rotação, que conecta a roda ao quadro ou garfo. Ele é composto pelo corpo do cubo, eixo e esferas ou rolamentos. O cubo da roda traseira possui um corpo catracado chamado freehub, onde é instalado o cassete. Normalmente os cubos possuem flanges perfuradas onde são fixados os raios que conectam o cubo ao aro através de porcas chamadas nipples. Os aros recebem o pneu, a câmara e a fita de aro.

Direção – O controle da direção é um sistema muito simples e eficiente de comando direto, composto pelo guidão, pela mesa, pela caixa de direção e pelo garfo. O guidão é a peça que controla a direção. A mesa une o guidão ao garfo, que por sua vez é montado ao quadro através da caixa de direção. Existem diversos tipos de mesas e guidões, com comprimentos e ângulos variados. O “cockpit” é responsável pelo ajuste fino da postura do ciclista na bicicleta. No guidão são instalados os comandos de frenagem (manetes de freio) e troca de marchas (alavancas de câmbio ou trocadores), de sistemas de suspensão e até comando do canote retrátil. Por fim, as manoplas são instaladas nas extremidades do guidão e são o apoio para as mãos do ciclista.

Freios – Existem sistemas de frenagem que atuam no cubo, no aro ou no disco. O funcionamento pode ser mecânico ou hidráulico. Um dos tipos mais populares pela simplicidade, baixa manutenção, eficiência e preço é o freio V-brake. Seu acionamento é feito através dos manetes instalados no guidão, responsáveis pela puxada do cabo,

que desliza no interior do conduíte.

Transmissão – A transmissão, ou relação de marchas, é composta pelo conjunto mecânico ou eletrônico que transmite a força do ciclista para a bicicleta. Seus principais componentes são os pedais, a pedivela, a corrente, os pinhões (cassete) e os câmbios. É uma das partes mais delicadas da bicicleta e requer atenção especial. Existem opções de transmissão desde monomarcha (singlespeed / fixas) a 30 velocidades, dependendo da configuração da relação com uso de 1 a 3 coroas e cassete de 6 a 12 pinhões (catracas).

Selim e canote – O selim é o terceiro e mais importante ponto de contato do ciclista com a bicicleta (depois do guidão e pedal). Para cada ciclista e para cada uso haverá um formato de selim mais adequado, que influencia no desempenho e conforto. O selim é sustentado pelo canote, que é fixado ao quadro através da abraçadeira de canote. São fabricados em diversos materiais, como aço, alumínio, carbono, titânio e scandium; e disponíveis em diversos diâmetros. O canote retrátil com funcionamento mecânico ou hidráulico está bastante difundido no mountain bike enduro e cross country, além das gravel bikes.

Cabos e conduítes – Por vezes tratados como componentes secundários, os cabos

e conduítes são fundamentais para garantir o bom funcionamento dos freios e dos câmbios, com exceção dos grupos com transmissão eletrônica sem fio. Embora pareçam iguais, os cabos e conduítes de câmbio e de freio possuem características diferentes. Os de câmbio são mais finos e requerem mais resistência à deformação. Já os cabos e conduítes de freio são mais espessos e resistentes.